Distrito de Desemboque

Localizado no município de Sacramento, o distrito de Desemboque conta uma população de 470 habitantes, em uma área de 1317.99 km², ou seja, 43.21% do território, sendo que a lei de criação do distrito é a Lei Provincial nº 452 de 20/10/1849.

Distrito de Desemboque

O distrito de Desemboque com uma população de 470 habitantes tem uma área de 1317.99 km², ou seja, 43.21% do território, a lei de criação do distrito é a Lei Provincial nº 452 de 20/10/1849.

História do Distrito de Desemboque

É considerado marco no povoamento regional no início do século 18 devido à exploração de ouro, sendo o distrito tombado.

O início do povoamento em Desemboque

O pequeno arraial às margens do Rio das Velhas começou a receber moradores somente alguns anos após sua fundação oficial. Em 1761, chegaram da Capitania de Minas Gerais nomes como Manoel Álvares Gondim, Luís Alves Ribeiro, José Rolim, João Fernandes, Manoel Fernandes Prado, entre outros, que abriram lavras de ouro e se fixaram na região compreendida entre o Rio Grande e o Rio das Velhas. A inscrição de 1762 no altar-mor da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Desterro é considerada o marco da consolidação do povoado. Poucos anos depois, em 2 de março de 1766, foi criado o Julgado das Cabeceiras do Rio das Velhas, oficializado pela Capitania de Goiás, com o objetivo de assegurar a posse de um território já disputado com a Capitania de Minas.

Antes disso, em 3 de janeiro de 1752, o local havia sido oficialmente ocupado por Pedro Franco Quaresma, que recebeu a posse da região das mãos do coronel José Velho Barreto, representante do governador da Capitania de Goiás, D. Marcos de Noronha. Documentos e mapas dos anos de 1750 e 1751 comprovam que, à época, não havia povoado nas cabeceiras do Rio das Velhas, apenas registros de antigos caminhos rumo a Goiás, passando pelo Porto da Espinha, também conhecido como Porto do Anhanguera.

Nos registros cartográficos do século XVIII, a designação “Desemboque” aparecia vinculada a um povoado no Rio Grande, área onde hoje se encontra a Usina Mascarenhas de Morais (Peixotos). Diversos mapas e requerimentos, como o dos moradores de Araxá em 1815, reforçam que o termo se referia àquele núcleo e não ao arraial do Rio das Velhas. O auto de posse de 1861, frequentemente citado por estudiosos, também se relaciona ao antigo povoado do Rio Grande.

As divergências entre versões históricas derivam, em grande parte, das disputas territoriais entre Minas, Goiás e São Paulo. Governos locais alteravam documentos para reivindicar áreas de fronteira e garantir concessão de sesmarias. Muitas pesquisas que relatam a origem do atual Desemboque se apoiaram em arquivos mineiros, deixando de lado a existência do povoado original no Rio Grande e confundindo fatos, datas e locais.

Entre os sítios de mineração citados em documentos sobre o Julgado das Cabeceiras, destaca-se a Serra do Funil, hoje pertencente ao município de Delfinópolis, conhecida por sua forma de tabuleiro, em contraste com a chamada Serra do Desemboque (Peixotos), palco de intensos conflitos e que acabou destruída no final do século XVIII.

O Julgado do Desemboque, já sob administração de Minas Gerais, foi oficialmente criado em 4 de abril de 1816. A mudança de nome deveu-se a dois fatores principais: a existência, em Minas, de outro rio e povoação chamados “Rio das Velhas”, localizados na comarca de Sabará; e o fato de o antigo Desemboque, no Rio Grande, ter sido arrasado, levando os moradores a se transferirem para os arraiais do Rio das Velhas e do Barreiro do Araxá.

A tradição oral e algumas inscrições lembram que a fundação do lugar remonta a 1743, quando bandeirantes ergueram uma capela dedicada a Nossa Senhora do Desterro.

Igreja de Nossa Senhora do Desterro

A Matriz de Nossa Senhora do desterro foi construída entre os anos de 1743 e 1754. O tombamento estadual da Igreja Matriz foi aprovado em 1984 e inscrita no Livro do Tombo Histórico, das obras de Artes Históricas e dos Documentos Paleográficos ou Bibliográficos.

O povoado cresceu no século XVIII como ponto estratégico na corrida do ouro pelo Triângulo Mineiro — então chamado Sertão da Farinha Podre. Comerciantes de diversas partes passaram a frequentar o arraial, que chegou a reunir cerca de dois mil habitantes. O desenvolvimento trouxe consigo atividades como o transporte em carros de boi, a criação de gado leiteiro e a produção do tradicional queijo minas artesanal.

Em 2 de março de 1763, o Julgado do Desemboque foi criado para administrar uma vasta área que incluía todo o Sertão da Farinha Podre, hoje correspondente ao Triângulo Mineiro e parte do sul de Goiás. A sede em Desemboque centralizava a burocracia e a vida econômica da região. Em 1783, o arraial contava aproximadamente seiscentos habitantes; em 1842, já eram cerca de 1.300 distribuídos em quase cem casas. O lugar reunia comerciantes, artesãos, tabeliães, ferreiros, carpinteiros, boticários e oficiais, compondo uma comunidade organizada que prosperava inicialmente com a mineração, mas que logo desenvolveu outras atividades.

De acordo com o historiador Antônio Borges Sampaio, entre 1743 e 1781 foram extraídas das minas de Desemboque mais de 100 arrobas de ouro, sem contabilizar o que se perdeu em roubos e contrabando. A partir de 1771, contudo, a produção começou a declinar, levando parte da população a buscar novas oportunidades em terras férteis do oeste. Bandeiras organizadas partiam de Desemboque em direção a áreas pouco exploradas do Sertão da Farinha Podre, espalhando o legado do arraial pela região.

Capela de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos

A construção da Capela data aproximadamente de 1854. A capela segue o padrão das demais capelas do lendário “Sertão da Farinha Podre” – Triângulo Mineiro - por sua simplicidade arquitetônica, tem planta organizada em nave, capela-mor e sacristia lateral única. O tombamento estadual da Capela de Nossa Senhora do Rosário foi aprovado em 1984 sendo inscrito no Livro do Tombo Histórico, das obras de Artes Históricas e dos Documentos Paleográficos ou Bibliográficos.

O tombamento estadual da Capela de Nossa Senhora do Rosário foi aprovado por meio do decreto n.° 23.810, de 10 de agosto de 1984 e inscrita no Livro de Tombo n.° III — Histórico, das Obras de Arte Históricas e dos Documentos Paleográficos ou Bibliográficos.

A construção da Capela data aproximadamente de 1854. A capela segue o padrão das demais capelas do lendário “Sertão da Farinha Podre” – Triângulo Mineiro - por sua simplicidade arquitetônica, tem planta organizada em nave, capela-mor e sacristia lateral única.

Geografia

População Urbana e Rural

Território

População x Domicílio

Mapa do Distrito de Desemboque

Fonte: IBGE

Fonte: Fundação João Pinheiro

Fonte: Site da Prefeitura

Fonte: Iepha